O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é uma etapa final que marca um ciclo de muito aprendizado e dedicação dos estudantes. A escolha do tema pode gerar muitas dúvidas, pois simboliza o encerramento da jornada na graduação. Entretanto, para a concluinte de Direito, Jéssica Santos, a decisão foi clara, pois além de se tratar de um tema relacionado à sua experiência profissional, era o passo mais importante para conquistar reconhecimento no meio acadêmico.
Antes mesmo de concluir o curso, seu trabalho foi publicado na Revista FT, um periódico de excelência nacional, com classificação Qualis B2. Com o tema “O risco à saúde física e mental no setor bancário de Sergipe”, sua pesquisa investiga e propõe soluções para a melhoria das condições de trabalho e saúde dos profissionais bancários.
“A atual conjuntura do setor bancário agrava problemas físicos e mentais através do fechamento e superlotação de agências, metas abusivas, pressão por desempenho, assédio moral, trabalho excessivo e a criação de disputa entre colegas”, afirma Jéssica.
Entre 2012 e 2021, mais de 40 mil bancários recorreram ao INSS por conta de doenças e acidentes relacionados ao trabalho. Destes, 54% se referiam às doenças características do trabalho bancário: Transtornos Mentais, LER/Dort e do Sistema Nervoso, conforme dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho.
Jéssica relata que, além de trabalhar em um banco privado, também é dirigente sindical, o que lhe proporciona uma perspectiva ainda mais ampla sobre as questões enfrentadas pelos trabalhadores do setor.
Para a orientadora do trabalho, Dra. Heloísa Thaís, o trabalho final é um grande meio de testar na prática o que os estudantes aprenderam durante a faculdade. Além disso, possibilita a criação de projetos que possam gerar frutos para a sociedade.
“Com o TCC, o aluno também demonstra sua capacidade de pesquisar, analisar, comparar e conectar temas, resultando em proposições e respostas a problemas por ele formulados, tornando-os mais preparados para o mercado de trabalho”, acrescenta a orientadora.
A publicação foi celebrada entre professores e estudantes da Fanese, principalmente por ser uma produção tão importante para a área acadêmica. A bacharela em Direito espera que sua pesquisa contribua para um maior reconhecimento desses problemas e para a implementação de políticas mais humanizadas no setor.
Amanda Custódio sob supervisão de Larissa Barros