Setembro Amarelo: pedir ajuda é um ato de coragem e cuidado com a vida

Neuropsicólogo afirma que quando sentimentos e emoções ficam difíceis de lidar sozinhos, é fundamental buscar apoio especializado.
Reprodução / Freepik

O Setembro Amarelo, mês dedicado à conscientização sobre a saúde mental, reforça que cuidar da mente é tão importante quanto cuidar do corpo, seguindo o conceito da OMS de saúde como bem-estar físico, emocional e social. A campanha também destaca que pedir ajuda não é sinal de fraqueza, mas de coragem.

Para o neuropsicólogo Thiago Batista, é essencial investir em autoconhecimento para reconhecer sinais de sofrimento psicológico e agir antes que os problemas se agravem. Ele ressalta que, quando sentimentos e emoções se tornam difíceis de lidar sozinhos, é fundamental buscar apoio especializado, principalmente ao perceber os primeiros indícios de desequilíbrio no dia a dia.

“Os primeiros sinais são emocionais, como irritabilidade, explosões de raiva, ansiedade, pensamentos excessivos, desânimo e insônia. Existem ainda sinais físicos, como crises de ansiedade, cansaço extremo e tremores nos olhos, mãos e pernas. Todos esses sinais mostram que precisamos olhar para nós mesmos, reconhecer nossa vulnerabilidade e entender que sofrimento e doença não são exclusivos do físico, mas também do mental”, enfatizou o profissional.

Mais da metade da população brasileira, 54%, considera a saúde mental o principal problema de saúde do país, segundo o Health Service Report 2024. Já um estudo publicado pela revista Galileu aponta que 34% da população se sente constantemente angustiada, especialmente jovens com menos de 35 anos.

A neuropsicopedagoga Samla Rodrigues, do Núcleo de Apoio Psicopedagógico da Fanese (NAP), reforça que a saúde mental precisa ser discutida durante todo o ano. No âmbito acadêmico, muitos estudantes conciliam estudos, trabalho, família e outras responsabilidades, o que pode gerar acúmulo de tarefas e aumento da pressão emocional.

“Falar sobre saúde mental e aproveitar esse gancho do Setembro Amarelo, mês institucionalizado e amplamente trabalhado em todas as instituições da sociedade, nos permite dar mais visibilidade a esse diálogo e quebrar tabus. Muitas pessoas ainda têm dificuldade de falar sobre sua saúde mental, de se perceber e se abrir com alguém, principalmente no contexto acadêmico. É importante reforçar que procurar ajuda não é sinal de fraqueza, mas um ato de coragem e força em busca de melhora”, afirmou.

Ainda segundo a profissional, a Neuropsicopedagogia auxilia os estudantes a enfrentarem dificuldades emocionais ao considerar aspectos emocionais, cognitivos e sociais. Assim, é possível apoiar o aluno identificando problemas relacionados à atenção, memória ou funções executivas, além de sugerir técnicas que facilitem seu desenvolvimento.

“No NAP, temos esse ambiente de escuta, acolhimento e orientação. Além de auxiliar os alunos a desenvolverem estratégias, diante do acompanhamento e da observação que realizamos, também podemos encaminhá-los para um especialista quando identificamos algo que vá além daquela dificuldade e que necessite de apoio especializado, como psicólogo, psiquiatra ou neuropsicólogo, para uma avaliação mais detalhada e a identificação de possíveis transtornos”, acrescentou.

O Setembro Amarelo reforça a importância de olhar para a saúde mental e reconhecer quando é hora de pedir ajuda. O NAP da Fanese acompanha a comunidade acadêmica, oferecendo acolhimento e orientação, e contribuindo para o bem-estar emocional de todos na instituição.

 

Amanda Custódio sob supervisão de Larissa Barros


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