O câncer de próstata é o segundo mais incidente entre os homens no Brasil, ficando atrás apenas das neoplasias de pele, revelam dados recentes do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Mesmo com números expressivos, devido ao tabu que envolve os exames necessários, os cuidados preventivos ainda enfrentam barreiras.

Durante o Novembro Azul, mês dedicado à conscientização sobre a doença, o curso de Enfermagem da Fanese está promovendo ações educativas envolvendo alunos e professores. O docente Dr. Américo Souza reforçou o papel essencial do enfermeiro para a desmistificação e o enfrentamento da doença.

“Homens são distantes do autocuidado, entretanto os profissionais de Enfermagem têm realizado campanhas anuais demonstrativas sobre assuntos importantes, neste caso, referente ao cuidado com a saúde masculina”, pontuou.

De acordo com o Ministério da Saúde (MS), o número de atendimentos entre homens com até 49 anos aumentou 32% entre 2020 e 2024. Para o professor, esse aumento está diretamente ligado ao uso cada vez mais ampliado de exames mais sensíveis e eficazes no diagnóstico precoce, somados aos métodos já consolidados, como o PSA (Antígeno Prostático Específico) e o exame de toque retal.

A estudante do oitavo período de Enfermagem, Bianca Sales, lembrou que o rastreamento é uma das principais formas de prevenção, sobretudo para quem possui histórico familiar.

“Quem identifica casos na família, dos 40 aos 50 anos, precisa fazer o rastreamento. E se houver diagnóstico em parentes muito próximos, é importante iniciar antes dos 40. A prevenção sempre foi o melhor remédio”, enfatizou.

Já a aluna Adriana Lima, do mesmo período, ressaltou a importância do apoio emocional diante de um resultado positivo, etapa muitas vezes esquecida quando se fala sobre câncer.

“Quando o paciente recebe o diagnóstico, ele precisa muito de apoio emocional. Muitas vezes ele e a família enfrentam depressão e diversos problemas. Esse suporte é essencial para que o paciente consiga passar por processos como quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia estando bem emocionalmente”, explicou.

As duas estudantes cursam a disciplina “Oncologia e Cuidados Paliativos”, ministrada pela enfermeira e professora Paula Regina, responsável por coordenar durante todo o mês ações alusivas ao Novembro Azul. Segundo a docente, a iniciativa fortalece a formação dos futuros enfermeiros, levando educação em saúde para a comunidade acadêmica e local.

“Com essa ação nós trazemos informações e dinâmicas lúdicas sobre a conscientização desse mês voltado para a saúde masculina. É o curso de Enfermagem da Fanese possibilitando não só a vivência teórica, como também a prática, onde os estudantes, de forma lúdica e didática , conseguem agregar conhecimento a todos”, ressaltou.

As ações do Novembro Azul realizadas pelo curso de Enfermagem da Fanese reforçam que a prevenção do câncer de próstata vai além de exames: envolve educação, acolhimento e diálogo. Ao unir teoria, prática e cuidado humano, a Fanese contribui diretamente para a conscientização masculina e para uma cultura de autocuidado que salva vidas.

Amanda Custódio sob supervisão de Larissa Barros