Ao longo do ano, diversas campanhas promovem a conscientização sobre a saúde mental. No Dia Mundial da Saúde Mental (10 de outubro), surge a oportunidade de refletir sobre a importância de cultivar o cuidado emocional de forma constante, especialmente no meio acadêmico.
Para a especialista em psiquiatria e saúde mental e professora do curso de Enfermagem da Fanese, Mônica Matos, é fundamental que o tema seja abordado durante toda a formação dos estudantes, a fim de ampliar a visibilidade e o engajamento em torno da causa.
“Acredito que a saúde mental ainda continua estigmatizada na sociedade e só a buscamos quando estamos emocionalmente fragilizados ou em crise. Acredito ainda que a educação é um passo fundamental na mudança desses paradigmas. O bem-estar físico e mental deve ser buscado diariamente”, enfatizou.
Ela também destacou a importância de desacelerar e reconhecer os próprios limites, orientação que leva para suas aulas, e relembrou aprendizados da residência em saúde mental, quando foi incentivada a cuidar de si para poder cuidar dos outros.
“Durante a residência, éramos estimulados, como profissionais da saúde mental, a buscar equilíbrio: fazer terapia, atividade física, ir a algum culto de nossa preferência e/ou ter um tempo de qualidade com amigos e familiares. Tudo isso faz parte do cuidado em saúde mental”, destacou.
A neuropsicopedagoga da Fanese, Samla Rodrigues, enfatizou a conexão entre emoções e aprendizado. Segundo ela, as cargas emocionais influenciam diretamente na capacidade cognitiva e na memória.
“É importante ter esse equilíbrio emocional, e ele se tornou um dos pilares para o bom desempenho acadêmico. Quando o aluno está emocionalmente instável, o cérebro tem mais dificuldade. Mas, se está estável, consegue direcionar melhor a atenção, manter a concentração, consolidar memórias e desenvolver melhor as funções executivas, como resolução de problemas e planejamento”, explicou.
Samla ressaltou ainda o papel do Núcleo de Apoio Psicopedagógico da Fanese (NAP), que integra saberes da neurociência, psicologia e pedagogia, promovendo ambientes de aprendizagem mais empáticos e acolhedores, de acordo com as necessidades individuais dos alunos da faculdade.
“A neuropsicopedagogia busca compreender o ser humano como um todo — corpo, mente e emoção. Tudo está interligado. Assim, conseguimos propor práticas educativas que respeitam o funcionamento do cérebro e os aspectos afetivos envolvidos no processo de aprendizagem”, acrescentou.
Cuidar da saúde mental é um compromisso diário — não apenas em datas específicas. Promover o equilíbrio emocional e reconhecer a importância do autocuidado são passos essenciais para o bem-estar e para uma vida acadêmica mais saudável e produtiva.
Amanda Custódio sob supervisão de Larissa Barros