Quando o assunto é o câncer de mama, a prevenção continua sendo o melhor caminho. Com esse propósito, a campanha Outubro Rosa reforça a importância da conscientização e do papel dos profissionais de saúde na promoção do autocuidado e na redução dos casos em estágios avançados da doença no país. Para a coordenadora do curso de Enfermagem da Fanese, professora Aline Barreto, a iniciativa na faculdade tem um papel transformador, pois aproxima o conhecimento do cotidiano da comunidade, promovendo mudanças de comportamento e fortalecendo a cultura de prevenção.
“Campanhas como o Outubro Rosa são fundamentais porque vão além da divulgação — elas conscientizam, mobilizam e despertam nas pessoas a responsabilidade pelo próprio cuidado. Muitas vezes, a prevenção é negligenciada por falta de informação ou pelo medo do diagnóstico. Ações como essa tornam o tema acessível, desmistificam tabus e reforçam que cuidar da saúde é um ato de amor-próprio”, enfatizou.
O câncer de mama é um tipo de tumor maligno que se desenvolve a partir da multiplicação desordenada de células anormais nas mamas. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), é o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo, embora também possa afetar os homens. Entre os principais fatores de risco estão a idade, com maior incidência a partir dos 40 anos, e o histórico familiar da doença.
O diagnóstico precoce do câncer de mama não representa um ponto final, mas sim uma chance real de cura. De acordo com a enfermeira oncológica Jacqueline Couto, o prognóstico é mais favorável quando o câncer é diagnosticado e tratado precocemente, em comparação aos casos identificados em estágios mais avançados ou com metástases.
“O diagnóstico precoce é determinante porque possibilita a detecção do câncer em estágios iniciais, quando as lesões ainda são pequenas e localizadas. Nessa fase, as chances de cura ultrapassam 90%, e os tratamentos tendem a ser menos agressivos, proporcionando melhor qualidade de vida para a paciente. Além disso, a identificação precoce permite intervenções cirúrgicas mais conservadoras e reduz a necessidade de terapias complementares intensivas, como quimioterapia ou radioterapia em altas doses”, explicou.
A profissional também destacou a relevância do papel dos profissionais de saúde em todas as etapas — da prevenção ao acolhimento —, para que o cuidado preventivo seja compreendido como um ato contínuo de autocuidado e não apenas como uma ação pontual.
“O enfermeiro tem papel fundamental na promoção da saúde e na educação em todos os níveis de atenção. Por meio de ações contínuas de educação em saúde, o profissional pode estimular a adoção de hábitos preventivos, como o autoexame, a realização da mamografia periódica e o acompanhamento clínico regular. A escuta ativa e o acolhimento são essenciais para quebrar tabus, reduzir o medo e fortalecer o vínculo com a paciente”, pontuou.
A enfermeira especialista em Saúde da Mulher e professora Paula Regina também reforça o papel essencial da educação em saúde, não apenas nesta campanha, mas em todas as práticas de cuidado. Segundo ela, o cuidado com o outro começa pelo reconhecimento da importância do cuidado consigo mesmo, com responsabilidade, empatia e compromisso com a vida.
“A educação em saúde tem um papel fundamental na promoção da mudança de comportamento e na valorização do autocuidado, pois atua diretamente na formação da consciência crítica das pessoas sobre sua própria saúde e bem-estar. Vai além da simples transmissão de informações — envolve valores que fazem as pessoas tomarem decisões mais saudáveis em seu dia a dia”, concluiu.
Na Fanese, a formação em Enfermagem vai muito além da sala de aula. Os estudantes participam de aulas práticas, projetos de pesquisa e ações de extensão que conectam o conhecimento acadêmico à comunidade. Essa integração entre teoria, prática e responsabilidade social prepara profissionais que não apenas tratam doenças, mas também promovem a prevenção, incentivam hábitos saudáveis e oferecem um cuidado integral pautado pela empatia e pelo compromisso com a vida.
Amanda Custódio sob supervisão de Larissa Barros